A Igreja inicia hoje um novo ciclo espiritual: o Tempo do Advento, um período profundamente rico, marcado pela esperança, pela vigilância e pela alegria que brota da certeza de que Deus vem ao encontro da humanidade. Com o Advento, nasce também um novo Ano Litúrgico, no qual a liturgia nos conduz novamente ao coração da fé cristã: o mistério da encarnação do Filho de Deus, que escolheu fazer-Se pequeno para habitar entre nós.

A liturgia deste domingo abre diante de nós um convite a revisar a vida com sinceridade. O Evangelho nos chama à vigilância: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora.” Não se trata de um alerta que produz medo, mas de uma convocação amorosa para que despertemos do sono interior que às vezes se instala por causa das pressas, das preocupações e dos tantos ruídos que envolvem o nosso dia a dia.

Vigiar, no Advento, é viver com o coração atento à presença de Deus:
– nos pequenos gestos;
– na Palavra proclamada;
– na Eucaristia que alimenta;
– no irmão que pede acolhimento;
– nos acontecimentos simples, onde o próprio Cristo se deixa encontrar.

Este tempo sagrado nos lembra que a história não está solta ao acaso; ela é conduzida por um Deus fiel, que caminha com Seu povo e o visita em cada etapa da vida. Por isso, o Advento reacende em nós a virtude da esperança, uma esperança que não decepciona, porque está firmada na promessa de um Deus que cumpre o que diz.

Ao longo das próximas semanas, seremos chamados a percorrer um caminho interior: purificar o coração, silenciar o que é supérfluo, voltar o olhar para o essencial e permitir que a luz de Cristo ilumine as áreas mais escondidas da alma. É também um tempo mariano: a Virgem Maria, mulher da espera vigilante, nos acompanha e guia, ensinando-nos a preparar o coração com humildade e confiança.

Para toda a Diocese de Bom Jesus do Gurguéia, esta é uma oportunidade de renovação: cada comunidade, pastoral e família é convidada a viver o Advento como um verdadeiro retiro espiritual, preparando com fé e alegria a celebração do Natal do Senhor. Que nossas paróquias sejam espaços de acolhida, e que nossas casas se tornem pequenas igrejas domésticas onde a oração, o perdão e a caridade floresçam.

Que este novo Ano Litúrgico reavive em nós o desejo de caminhar na presença de Deus.
Que este Advento seja tempo de graça, de despertar e de profunda comunhão.
O Senhor está vindo e Sua chegada transforma tudo.

Preparemos o coração, renovemos a esperança e caminhemos juntos ao encontro d’Aquele que é a Luz que não se apaga.