22/11/2020

                A qual Reino pertencemos? Para quem é Cristão e consciente das verdades da fé, isto é inegável: Jesus Cristo é o Senhor, Rei do Universo e sob esta base – esta rocha -  se firma a sociedade ocidental.  Vivemos uma situação pandêmica, sem precedentes, no sentido do pânico, insegurança, confusão de informações e sensação de impotência. Criou-se um “inimigo comum” em torno do qual o mundo “precisa” unir suas forças. Fala-se da proximidade, necessária, de um “Reset”, uma nova “reinicialização” do planeta, em todos os sentidos, econômico, humano e social, que obviamente inclui aí a religião, a nossa fé. Um mundo melhor com medidas globais mais igualitárias, um mundo mais resiliente (mais resistente aos problemas), mais inclusivo e mais verde. Quem nos propõe esse aparente paraíso na terra? Trata-se do próximo Fórum Mundial Econômico, programado para o ano que vem, na Inglaterra, dirigido por uma elite globalista que tende, em nome do combate à esse “inimigo comum” – o Coronavírus ou outros aterrorizantes vírus que poderão surgir do nada - gerar uma onda de “única saída”, um controle mundial, com regras que irão reger a vida dos cidadão da única cidade comum, o planeta. Imaginem um mundo com regras sociais internacionais e a regulagem feita por um único governo, ou forma de pensar “elitista”, mundial. Pensem num planeta com leis “igualitárias” que derrubariam os outros direitos já adquiridos, pois não existiriam direitos periféricos específicos. Imagine um “STF” (Superior Tribunal Federal) mundial para recorrer às causas de justiça. A proposta é de um mundo sem identidade.  Uma sociedade baseada numa tolerância e ética humanista, naturalistas, que ignora a corrupção com suas raízes no pecado original.  Nem luta de classes teríamos mais; e uma vez que, agora, as lutas reivindicatórias são de gênero e raça, nem mesmo proletariado ou camponeses seriam mais ouvidos. A tendência seria caminhar para o fim das fronteiras, a aniquilação das culturas a fragilização do tecido social. Seria este o nosso fim: um planeta com uma porta, uma janela, uma antena no telhado, jardim e quintal? Quem seria o dono dessa bela casa e cheia de porões, já que seria única? Será que estamos prestes a vislumbrar a
realização da ficção cinematográfica sul-coreana de o “Parasita”?
                Os propositores da ideia, não nos parecem os mais recomendáveis, muito menos sua mentalidade, centralizadora de informações e do controle social. Com toda certeza a diversidade iria perdendo força para a uniformidade e o achatamento social seria inevitável.
                O cenário para este “reset” parece estar se formando com perfeição. Organismos internacionais comuns, já demonstraram total incompetência ao lidarem com a crise pandêmica e econômica que vem sendo  gerada. A OMS (Organização Mundial da Saúde) perdeu a credibilidade com suas informações e orientações equivocadas, colocando a perder muitas vidas. A União Europeia vem se desfazendo. A ONU não consegue
gerenciar os conflitos espalhados pelo mundo e as migrações forçadas, terrorismo e a perseguição religiosa avançam. Logo todos pedirão “água, por favor!” e então virão estes “iluminados” com suas torneiras reguladoras.
                Quem seriam esses estranhos “benfeitores” da humanidade?
                Submeter o mundo às ideias do Fórum Mundial Econômico e render-se aos interesses de uma elite de uns poucos ricos que detém o poder econômico para si? Não serão mercenários? Lobos em peles de ovelhas prontos para logo, ali na frente, abocanharem o rebanho?
                Devemos como cristãos suspeitar das ideias de quem até agora não apresentou nada de bom. Precisamos questionar de onde nascem e para vão essas ideias. Que reino é esse radical e avassalador que
chega com um “reset” impondo-se sobre todos os reinos?
                É certo, sim, que precisamos reinventar-nos diante das novas circunstâncias e realidade, isso nos tem exortado muito o Papa Francisco e com destaque em sua última Carta “Fratelli Tutti” (03/10/20). Mas tudo deve acontecer com a devida prudência e o sagrado respeito à liberdade, às culturas, aos povos e seus direitos
individuais e coletivos.
                É imprescindível, para o mundo, neste tempo incomum, o nosso testemunho de cristãos. Que se dê  em nossos corações, o verdadeiro “reset”. Precisamos viver o Advento do Senhor, como talvez, nunca antes o tenhamos vivido. Ele vai chegar amanhã? Não o sabemos. Mas é certo que a cada geração Ele renova os corações que confiam na sua volta. Não nos deixemos levar pelo pânico: “Não tenhas medo Maria” (Lc 1, 26-38); “Não tenha medo pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar-vos o Reino” (Lc 12, 32-56). Ame a Jesus de todo o seu coração. Ame o seu próximo. Carregue sua Cruz. Continue a anunciar o perdão, a lutar pela justiça e pela paz, e a fazer o bem, pois nos diz o Senhor “Foi a mim que o fizestes” (Mt, 25-40).
                O nosso verdadeiro “reset” - o esperançoso Maranathá cantado pelos cristãos - é a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo e de seu Reino definitivo. E esta é a nossa fé: enquanto o aguardamos tensos e alegres pela sua volta, Ele vive e Reina, em nossos corações e em nossas vidas. A Ele seja a glória, hoje, e por toda eternidade.
Amém!

Bom domingo! Em tudo, reine o Senhor!
Fraterno abraço!


Dom Marcos Antonio Tavoni
Bom Jesus do Gurguéia